José Almaça: "Na minha opinião a Tranquilidade não valia 700 milhões"

O presidente do ISP falava na comissão parlamentar de inquérito à gestão do BES e do GES.
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O presidente do Instituto de Seguros de Portugal (ISP), José Almaça, não tem dúvidas de que a Tranquilidade não valeria 700 milhões de euros.

"Quem avaliou a Tranquilidade não foi o instituto. Não sei quem foi. Quanto ao valor dos 700 milhões e desde a primeira hora disse que não valia", afirmou José Almaça, na comissão parlamentar de inquérito à gestão do BES e do Grupo Espírito Santo (GES).

O presidente do ISP comparou esse valor à avaliação que foi atribuída à Fidelidade - a maior seguradora do mercado - aquando a venda aos chineses da Fosun.

Segundo José Almaça, num cenário normal e "sem convulsões", atendendo não só à dimensão da seguradora como ao seu volume de negócios, a Tranquilidade valeria entre 200 e 250 milhões de euros. E nunca os 700 milhões de euros que lhe foi atribuída pela PricewaterhouseCoopers quando foi dada como colateral numa linha de crédito criada para garantir o reembolso do papel comercial de empresas do GES vendidos aos balcões do BES.

Falhas de articulação com o Banco de Portugal

O presidente do Instituto de Seguros de Portugal (ISP) reconheceu ainda que houve falhas de articulação com o BdP em torno do processo que levou a Tranquilidade a passar para a esfera do Novo Banco.

"Em relação às falhas de articulação com a garantia, [a responsabilidade] não foi minha", afirmou o responsável na sua audição na comissão parlamentar de inquérito à gestão do BES e do GES.

Intervenção na Tranquilidade seria má opção

À margem da sua audição na comissão de inquérito parlamentar à gestão, José Almaça justificou aos jornalistas que o supervisor decidiu não intervir na seguradora Tranquilidade para não criar incerteza no setor, garantindo que essa foi a melhor opção. "Se tivesse havido uma intervenção por parte do ISP, com certeza não teria corrido tão bem como correu até agora", afirmou.

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